O coordenador da CATI, José Luiz Fontes, se reuniu recentemente com dirigente, técnicos e funcionários da Regional de Dracena para conhecer a realidade da região e fazer uma abordagem das prioridades de sua gestão e do planejamento das atividades, projetos, programas e ações a serem realizadas para viabilizar a sustentabilidade do agronegócio paulista. Essa reunião já aconteceu em Araçatuba, Itapeva, Bragança Paulista, Tupã, Dracena, São José do Rio Preto e Catanduva.
Fontes destaca que “é preciso garantir renda para os pequenos e médios produtores e as Regionais da CATI tem que ter criatividade para estabelecer parcerias que possibilitem a criação de projetos e ações que realmente atendam as necessidades dos agricultores. Além disso, os extensionistas das Casas da Agricultura devem ser a ponte, para que as políticas públicas disponíveis cheguem a quem precisa”.
Na CATI – Regional Dracena o coordenador se reuniu também, com técnicos e agentes financeiros para fazer uma avaliação do que foi realizado após o lançamento das linhas de financiamento FEAP, direcionadas aos produtores pertencentes à Bacia Hidrográfica do Aguapei-Peixe, que envolve 57 municípios, pertencentes a nove regionais da CATI e que estão inseridos no Programa de Microbacias Hidrográficas.
Fontes explicou que as linhas de crédito disponibilizadas são abrangentes e podem ser utilizadas em qualquer atividade agropecuária, mas para ter acesso o produtor tem que se comprometer a manejar e cuidar adequadamente de sua propriedade quanto aos aspectos ambientais. Ele ressalta que o recurso só será liberado com o Projeto Integral da Propriedade, contemplando práticas de adequação ambiental e social necessárias ao desenvolvimento sustentável. “Esperamos que esse projeto possa ser ampliado para as outras Bacias Hidrográficas do Estado de São Paulo”.
No caso da CATI – Regional Dracena, composta por 16 municípios, foram elaboradas 25 propostas de financiamento, das quais 13 foram aprovadas e liberadas. Segundo seu diretor, Luiz Alberto Pelozzo, “o Programa de Microbacias reestruturou as propriedades agrícolas da região e pode ser considerado um marco divisor em relação ao planejamento das atividades agropecuárias”. Foram implantadas ações em 46 microbacias, envolvendo 130 mil hectares e 4.659 produtores, onde foram investidos R$ 20 milhões. “Podemos dizer que das oito mil propriedades existentes na região, 50% foram beneficiadas com o Programa de Microbacias”.
Um exemplo que pode ser citado de financiamento FEAP é o do Sítio Primavera, localizado no município de São João do Pau D´Alho. Dentro do Planejamento Integral da Propriedade estavam elencadas as necessidades de instalação da fossa séptica biodigestora, implantação de terraços, adubação verde no café, entre outras. Alguns trabalhos foram realizados pelo Programa de Microbacias, inclusive, com subvenções na compra de roçadeira costal e mecanizada. Nessa fase foram aplicados cerca de R$ 10 mil.
A proprietária do sitio, Kyoko Moryama Shimazu, destaca que antes do Programa de Microbacias ela produzia uva e café e com as subvenções e ações implantadas ela resolveu diversificar a sua propriedade. Ela utilizou cerca de R$ 20 mil do financiamento FEAP – Aguapei- Peixe, sendo R$ 14 mil para implantação de 3.200 mudas de urucum em 10,1 ha. e R$ 6 mil para custeio do mamão. “A Casa da Agricultura dá assistência integral ao meu sítio e por isso, só tenho a agradecer, pois utilizo tecnologia diferenciada, o que possibilitou a potencialização da minha propriedade”, finaliza.
Para Roberto Issao Arakami, engenheiro agrônomo da Casa da Agricultura de São João do Pau D´Alho, essa mudança de mentalidade se deu com a implantação do Programa de Microbacias. Dona Kyoko, por exemplo, foi beneficiada com uma série de incentivos: a roçadeira costal e a tratorizada, distribuidor de calcário, execução de terraços em 0,7 ha., aplicação de oito mil quilos de calcário e oitenta e cinco quilos de adubação verde. “Isso possibilitou uma propriedade diversificada e altamente produtiva. Além disso, as parcerias realizadas para a execução das ações vão melhorar a realidade do município e tornar a propriedade rural economicamente viável”.
José Aparecido de Almeida, presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, destacou que o município é pequeno e que sempre tiveram dificuldades para unir, organizar e conscientizar os produtores. “Hoje, depois da implantação do Programa de Microbacias, ninguém mede esforços para correr atrás de projetos como esse. Nada vem de graça, tudo dá um certo trabalho e se não tiver união, não vira. Ainda bem que existem instituições como a CATI, que acreditam na agricultura e no produtor rural”.
Segundo o prefeito José Dinael Perli, o município de Pau D´Alho é essencialmente agrícola. Ele explica que “no início do Programa de Microbacia tivemos uma desconfiança muito grande. Mas, devagar, fomos todos conscientizados e visualizamos a modernidade e tecnologia utilizada nas propriedades rurais. Agora, esperamos que esse trabalho tenha sequência e estamos prontos para receber e auxiliar na implantação do Microbacias II”.
José Luiz Fontes, coordenador da CATI, ao visitar o sítio da dona Kyoko, com o prefeito e representantes municipais do setor agrícola, enfatizou que “esse momento mostrou exatamente o que é extensão rural, com todos os seus elementos: uma produtora inovadora, o técnico que traz o conhecimento e a informação, os agricultores organizados em associação e cooperativa, o conselho municipal atuante e sempre buscando o que fazer e o prefeito que acredita na agricultura e apóia as iniciativas. Esse município mostra, realmente, o significado de desenvolvimento rural sustentável. É um local que nos deixa orgulhosos de sermos engenheiros agrônomos extensionistas”.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
São João do Pau D´Alho: um exemplo de parceria de sucesso
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