quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Sistema mülching: uma experiência bem sucedida



Há cerca de dois anos, os micro horticultores da Rua do Meio, no município de Canas, localizado no Vale do Paraíba, adotaram um novo sistema de produção. É o mülching que proporcionou redução nos custos de produção, além de verduras e legumes de melhor qualidade.

O engenheiro agrônomo Vinícius Sampaio do Nascimento, da CATI Regional de Guaratinguetá explica que existiam muitos problemas com as hortas, já que as características locais são adequadas à produção de arroz de várzea. A região é bastante quente e chuvosa e os alagamentos inviabilizavam o preparo de solo. Ele destaca que os técnicos passaram a adaptar o sistema, que proporcionou constância à produção, ao mesmo tempo aumentou a área produtiva, possibilitando maior valor agregado devido a qualidade obtida na produção.

O mülching consiste na aplicação de uma camada de material orgânico ou filme plástico na superfície do solo, representando uma barreira física à transferência de energia e vapor d'água entre o solo e a atmosfera. Entre as suas vantagens está a retenção da umidade do solo, redução da rega durante o verão, proteção das plantas contra a erosão provocada pelas chuvas, diminuição da infestação de invasores e doenças, minimiza a compactação do solo, evita o contato direto dos frutos com o solo, reduz a umidade relativa no interior de estufas, evitando a perda de nutrientes.

O plástico preto aumenta sensívelmente o fluxo de calor, o que contribui para um melhor desenvolvimento da cultura já que controla a temperatura abaixo, no solo, por provocar a retenção de líquido. O filme claro (branco) além de reter o líquido, permite também o rebatimento da luz solar, atingindo a cultura de baixo para cima, produzindo uma igualdade no seu desenvolvimento e evitando a contaminação por fungos ou bactérias. O mülching é aplicado em culturas como morango, melão, tomate, abacaxi, uva, beringela, pepino, alface e pimentão.

Ildefonso Favali, do sitio São José, é um dos onze produtores que aderiram ao sistema. Sua horticultura é familiar e ele e seus irmãos plantam alface e cebola em um alqueire e meio. Ele afirma que está economizando adubo, mão-de-obra com capina e que o uso de fertilizantes caiu pela metade. O custo de produção da alface, por exemplo, está em torno de R$ 0,38 e ele vende a R$ 1,00 o pé. “Antes eu não tinha rendimento nenhum e agora as vantagens aumentaram bastante: hoje as verduras são mais bonitas, tem qualidade e já saem da horta limpinhas”.

Vinícius enfatiza que a maior vantagem é que uma cultura bem implantada possibilita economia considerável de fertilizantes e agrega valor com a utilização de estratégias de mercado. ”Nossos próximos passos serão a combinação do mülching com telado e a expansão dessa tecnologia para outros produtores. Além disso, vamos introduzir o cultivo em ambiente protegido, cultivo orgânico de tomates e hidroponia”, finaliza o agrônomo.

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