quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Instalação de frigorífico incrementa ovinocultura


Daqui a noventa dias (no final deste ano) deverá estar completamente finalizada a construção do frigorífico para ovinos no município de Paraguaçu Paulista e que atenderá diversas cidades da região, que tinham problemas com o abate e comercialização desses animais.

Segundo Celina Harume Nishizawa, secretária municipal de agricultura de Paraguaçu Paulista, após levantamento das dificuldades encontradas pelos ovinocultores detectamos que os principais problemas do setor eram o abate clandestino e a dificuldade na comercialização das carnes. “Para chegarmos à instalação do frigorífico foi um longo trabalho, que começou em 2000 e está finalizando agora”.



Só em 2004, o CIVAP – Consórcio Intermunicipal do Vale do Paranapanema firmou convênio com o MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário. Em 2007 começou a construção da estrutura física e em 2009 começou o processo de compra dos equipamentos para a instalação final do frigorífico.

Todo esse processo contou com a participação da OVIVALE – Associação dos Criadores de Ovinos do Vale do Paranapanema, fundada em 200 e que tem hoje 20 associados. Segundo Gustavo Ricca, presidente da OVIVALE, a idéia foi fazer de Paraguaçu o exemplo para os criadores de outros municípios. Ele explica que são cerca de 300 pequenos e médios produtores de ovinos na região e que apesar de ainda termos poucos integrantes, a Associação, em conjunto com a Prefeitura Municipal, Casa da Agricultura e Sindicato Rural, realizou diversos cursos, dias de campo e palestras, no sentido de orientar esses ovinocultores quanto à metodologia de produção, manejo dos animais, padronização do custo da carne, entre outros temas.



O produtor Lothar Alexandre Sartori Blum, da Chácara Santa Lídia, trabalhavam com gado de corte em seus 16 hectares. Há cerca de 20 anos sua mãe cismou que queria ter alguns ovinos. O restante da família achava que não ia dar certo, quando foram ver estavam com 90 matrizes e hoje é a paixão da Cabanha Lothar Blum, que possui 150 fêmeas puras de origem. Alexandre explica que quando a cana-de-açúcar entrou na região sobraram pequenas áreas e a ovinocultura é uma opção, pois dá pra colocar um rebanho maior em pouco espaço. “Desse animal se aproveita tudo: além da carne, tem a lã e o couro que é utilizado para confecção de bolsas e casacos já que é bem mais macio. Outra opção é o trabalho com reprodutores, que é o meu caso”.

Alexandre testou diversas raças e acabou escolhendo a suffolk que tem como vantagens o ganho rápido de peso, qualidade de carcaça e rusticidade. Ele faz o melhoramento genético de forma constante. “Não vamos chegar à perfeição, mas esperamos chegar o mais perto possível”, finaliza. Além dos ovinos, a propriedade produz 130 litros de leite por dia, com 10 vacas em lactação, de um rebanho de 17 animais. Utiliza as tecnologias de manejo do Projeto CATI Leite e é com isso que paga as contas da propriedade. O que vem da ovinocultura é lucro.




Dia de Campo:

Durante a 9ª Expo Paraguaçu, ocorrida no período de 17 a 20 de setembro, aconteceu o Dia de Campo sobre Inovação e Desenvolvimento da Ovinocultura do Médio Paranapanema (dia 18). Os temas abordados foram: pastagens para ovinos, alimentação de ovinos com resíduos de mandioca, manejo, verminose e reprodução. O dia de campo contou com aproximadamente 400 pessoas.

O prefeito municipal de Paraguaçu Paulista, Carlos Arruda Garms, já no seu quinto mandato falou da importância desse tipo de evento para os produtores da região. “Quando todos se unem em um objetivo comum, a tendência é dar certo”.



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Piscicultura obtém bons resultados com implantação de tanques-rede


O Governo Federal tem um Programa de Piscicultura que é desenvolvido em parceria com as Prefeituras Municipais. Para desenvolver o projeto em tanques-rede no estado de São Paulo foi formado o CIMDESPI – Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Piscicultura, que envolve seis municípios: Santa Fé do Sul, Rubinéia, Santa Clara D`Oeste, Três Fronteiras e Santa Rita D´Oeste, todos integrantes da CATI – Regional de Jales.

Uma unidade demonstrativa está localizada em Santa Fé do Sul e a outra em Santa Clara , devido a grande quantidade de hectares em lâmina de água, o que caracteriza a região como potencial produtora de pescado. A fase agora é de repassar a permissão de uso para a COODESPI – Cooperativa de Piscicultores de Santa Fé do Sul e região, já que se passaram os três ciclos de produção exigidos pelo convênio.


Essa ideia começou em 2003 com a realização do Seminário Regional de Piscicultura e Negócios da Pesca e na sequência do Consórcio Intermunicipal. Em setembro de 2006 foi implantado no local o projeto de piscicultura e em novembro de 2007, a criação da Cooperativa, necessária para que as unidades demonstrativas pudessem produzir.

Hoje, a COODESPI tem 72 cooperados, entre eles produtores rurais, pescadores, trabalhadores de baixa renda e técnicos. Todos participaram de cursos profissionalizantes, condição exigida para participar do Projeto.

Daniel de Oliveira, produtor de milho na Chácara Vitória em Rubinéia, hoje é funcionário da cooperativa. Ele conta que sempre quis trabalhar com piscicultura já que nasceu e foi criado na beira do rio. Ele participa desde o começo em 2006. “Para mim essa oportunidade veio na hora certa e me deu um novo estimulo. Apesar de ser um longo caminho, se temos vontade o negócio vai para frente”.

Para instalação do projeto foram investidos R$ 535 mil, sendo R$ 430 mil do Governo Federal e R$ 105 mil como contrapartida da Prefeitura de Santa Fé do Sul e as outras, integrantes do consórcio, investiram indiretamente: tranporte, mão-de-obra, técnicos, compra de ração, etc. A verba do convênio foi destinada à instalação dos tanques-rede, dos equipamentos de apoio (trapiches, barco a motor e outros), compra de alevinos e ração para dois ciclos de produção.

Moisés José Teixeira, presidente da COODESPI e produtor de gado de corte e suínos, no sítio Santa Teresinha, ficou 33 anos na Capital do Estado e se aposentou. Ele explica que sempre quis voltar para suas origens e tentar produzir qualquer coisa e procurou a Casa da Agricultura local. “O projeto de piscicultura trouxe vários investidores para a região, como por exemplo, fábrica de ração, laboratório de alevinagem, entre outros. Além disso, proporcionou uma ótima atividade para quem quis mudar de profissão e gerou empregos, diretos e indiretos para a região”.

Segundo Fernando Jesus do Carmo, hoje da Casa da Agricultura de Urânia, na época anterior à implantação do projeto, a Casa da Agricultura de Santa Fé e a Secretaria Municipal foram atrás de fazer o convênio com o Governo Federal, “muitos políticos ajudaram bastante, mas foi a persistência dos envolvidos que levou o projeto a dar certo. Se hoje, apesar dos obstáculos, continua andando e tem perspectivas de crescimento é porque nenhuma opinião é deixada de lado. Todas as reuniões da cooperativa são realizadas de maneira transparente e democrática”.

A área do Córrego Bonito, onde está localizada a unidade demonstrativa, foi demarcada pela Marinha e hoje o Projeto de Piscicultura conta com 120 tanques-rede, com capacidade de 850 tilápias. Cada um deles produz de 800 a 1000 quilos. A cada seis meses são cerca de 120 mil quilos de pescado. A classificação é feita duas vezes a cada ciclo. A fase agora é de análise da prestação de contas, já que se passaram os três ciclos de produção. Após isso, será dada a permissão de uso dos equipamentos à Cooperativa.

Moisés destaca que o produto dos dois primeiros ciclos foi doado para a FUNDASUL, que coordena as instituições assistenciais como APAE, orfanatos, Santa Casa, etc. “Agora é só esperar a permissão de uso e investir e esperar que comece a dar lucro. A expectativa é de que isso aconteça daqui a três anos”. Para agregar valor, já está em fase de implantação o abatedouro, que vai atender a cooperativa e outros pequenos produtores. “Depois disso, a meta é atingir 400 tanques e aproveitar todos os subprodutos: pele e escamas para artesanato e vísceras e carcaça para ração”, finaliza.

O chefe da Casa da Agricultura de Urânia, que participou de todo o processo, explicou que o treinamento envolveu 320 pessoas, desses 122 cumpriram 75% de todas atividades, 72 são cooperados e três tem tanques particulares. Depois de Santa Fé e Santa Clara, as cidades de Santa Albertina e Mesópolis também instalaram unidades demonstrativas com recursos do Governo Federal. Fernando enfoca que há 20 anos são construídos tanques escavados, mas os produtores não conseguem produzir a contento, por falta de tecnologia. “A experiência adquirida com os tanques-rede vai viabilizar a utilização dos tanques escavados para a geração de renda aos seus proprietários”, finaliza.

A realização do projeto de piscicultura contou com as parcerias entre a APTA para suporte técnico e a CATI prestando assistência técnica aos produtores interessados. Contou também com o apoio do Centro de Aquicultura da UNESP de Jaboticabal, que montou um projeto de pesquisa, com dois anos de duração, iniciando em setembro, que vai desenvolver três linhas de atuação: qualidade da água, alimentação e genética.

Informações com Fernando - (17) 3634-1362 - e-mail ca.urania@cati.sp.gov.br ou ainda com Moisés (17) 3641-8117 – e-mail moisesjt@gmail.com.


I AQUISHOW

No período de 08 a 10 de outubro, acontece em Santa Fé do Sul o II Seminário de Piscicultura do Noroeste Paulista e I Aquishow. O objetivo é repassar as informações sobre tecnologias disponíveis para o setor e mostrar o que tem de novo no mercado em relação a tanques-rede, técnicas de manejo e frigoríficas, entre outros temas.

Segundo o secretário municipal de agricultura, Ademir Maschio, o evento vai movimentar e abranger toda a cadeia produtiva e reunir as empresas representantes do setor. Os temas vão abranger como produzir pescado, sanidade, qualidade e comercialização. Além disso, haverá uma exposição náutica e de equipamentos para montagem de piscicultura em tanques-rede.

As inscrições são gratuitas. Informações e programação podem ser obtidas através do site: www.santafedosul.sp.gov.br/aquishow ou pelo telefone (17)3631-2822.


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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Agrotec Fruticultura 2009 – Feira de tecnologia e negócios para os produtores rurais do Circuito das Frutas


De 25 a 27 de setembro acontece, no Centro de Engenharia e Automação IAC-APTA em Jundiaí/SP, a Agrotec Fruticultura 2009 Feira de Projetos e Produtos. Os objetivos são viabilizar o repasse de tecnologia disponível aos produtores, ampliar o mercado de produtos e serviços com qualidade, agregar valor aos produtos e efetivar parcerias comerciais.

A Agrotec Fruticultura é direcionada a produtores e demais agentes da cadeia de produção de frutas. Envolve as cidades de Atibaia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Jundiaí, Louveira, Morungaba, Valinhos e Vinhedo.

Segundo a coordenação, a feira será constituída de recintos temáticos e áreas comerciais, onde serão demonstradas atividades técnicas. Além disso serão promovidos encontros setoriais e atrações culturais.

Durante a programação, estão previstos os debatepapos “A mídia no agronegócio (Seminário de profissionais de comunicação do Circuito das Frutas)” e “A Ida e Volta das Embalagens de Defensivos (Os canais de distribuição, a indústria, a reciclagem e o poder público)”.

No dia 26, os produtores participarão de batepapos sobre assuntos de seu interesse. Os temas abordados serão: Novas Tecnologias para o Circuito das Frutas; Tempo de Crise, Tempo de Oportunidades; Atualidades sobre o Controle Biológico Aplicado de Pragas na Fruticultura; Agregação de Valor à Cadeia de Frutas; Colheita Segura de Frutas; Propriedade Rural como Empresa; Sucesso para Exportar Frutas; Manuseio Pós-Colheita de Frutas; O Turismo Rural como Oportunidade de Negócios e Seguro Agrícola com Subsídio Governamental.

Também haverá tendas temáticas dos municípios do Circuito das Frutas e dos sindicatos; oficinas técnicas; exposições de órgãos da Secretaria de Agricultura, tendas de comercialização de alimentos processados, artesanato, insumos e publicações especializadas; exposição de máquinas e implementos; caravanas de produtores à feira; visitas turísticas, de lazer e compras às propriedades rurais; demonstração de manejo de equipamentos; promoções educativas (plantio de árvores por alunos); visita a usina de processamento de alimentos e espetáculos culturais.

O evento é uma realização da CATI Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo com o apoio do Sebrae, Prefeitura Municipal de Jundiaí, do Instituto Agronômico (IAC-APTA), por meio dos Centros de Engenharia e Automação e de Frutas, e dos Sindicatos Rurais da região.

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Piraju: Produção de cafés finos traz rentabilidade a produtores


Os municípios de Piraju e região são conhecidos pela produção de cafés de boa qualidade, mas isso só aconteceu depois das colocações obtidas nos concursos regionais e estaduais. No último dia 04 de setembro aconteceu o XI Encontro Regional de Cafeicultores e 8º Concurso de Qualidade de Café de Piraju e Região.

A região de Ourinhos é responsável por mais de 400 mil sacas de café beneficiado por ano, produzidos em uma área de 20 mil hectares. São, aproximadamente, mil propriedades dedicadas à cafeicultura. No território paulista, essa região está entre as quatro maiores produtoras, sendo 90% de café natural e 10% que já adotaram a tecnologia do cereja descascado.


Segundo dados do LUPA – censo agropecuário de São Paulo, Piraju tem cerca de 700 propriedades, dessas 230 são produtoras de café, plantados em cerca de quatro mil hectares. Na região, Piraju é o maior produtor, seguido de Tejupá, Fartura e Sarutaiá.

O chefe da Casa da Agricultura e um dos organizadores do evento, Paulo Sergio Vianna Mattosinho, explica que antes a região era conhecida pela má qualidade do café. “Após a realização dos primeiros Encontros e da formação da PROCED – Associação dos Produtores de Café Descascado de Piraju e Região, os cafeicultores foram melhorando suas lavouras e adotando a tecnologia do café cereja descascado”. Dentre as vantagens desse sistema de produção estão a diminuição do espaço de armazenamento, maior percentual de cafés finos e, como consequência, o aumento da rentabilidade, entre outras.

Mattosinho destaca que os agricultores de Piraju vivem da cafeicultura e hoje tem uma boa imagem como produtor de café de qualidade, graças aos prêmios ganhos, ao trabalho conjunto realizado e à grande atenção que recebemos do Governo do Estado, sempre atendendo aos anseios dos cafeicultores e dos produtores em geral.

Para o coordenador da CATI, José Luiz Fontes, é sempre bom ver o crescimento das cadeias produtivas, através de suas associações, como aconteceu em Piraju com a cafeicultura. Ele enfocou que com a implantação do Microbacias II – acesso ao mercado, o apoio a essas cadeias que envolvem grande número de pequenos e médios agricultores será mais efetivo. Fontes afirma que “esse tipo de evento valoriza a produção local e é esse tipo de ação que pretendemos realizar, visando desenvolver o agronegócio do Estado de São Paulo e garantindo emprego e renda para os municípios que dependem da agricultura. Acredito que esse é um exemplo claro do que a Casa da Agricultura pode fazer em benefício dos produtores rurais”.

O prefeito municipal de Piraju, Francisco Rodrigues, afirma que esse evento dá continuidade a muitos outros relacionados ao setor rural, dando qualidade ao café e fortalecendo os cafeicultores de São Paulo e do Brasil. “Todos precisam levantar essa bandeira para que produtor rural seja reconhecido. Espero que esse evento seja um marco para desenvolver o respeito que a cafeicultura merece, já que a agricultura foi e é o alicerce do país”.

Luiz Carlos Bersi tem 50 hectares de café na sua propriedade em Tejupá e Luiz Antonio Basili tem 60 hectares em Piraju. Eles acreditam que o grande trunfo da PROCED, foi unir os produtores em um objetivo comum: conseguir a qualidade do café de Piraju e região.

Concurso

O Concurso de Qualidade do Café de Piraju e Região tem como objetivo principal identificar, incentivar e premiar os produtores cujos lotes se caracterizem pelo esmero no preparo e na alta qualidade final. Na oitava edição foram duas categorias com cinco colocações cada: cereja descascado e café natural. Os prêmios variam de R$ 500,00 para o quinto colocado a R$ 3.000,00 para o primeiro lugar de cada categoria. Os vencedores desse ano foram Clair Sandro Dognani, da Fazenda São Lucas em Piraju, para café natural e Márcio Luiz Bergamo Favaro, do Sítio Alvorada em Sarutaia, para cereja descascado.

Simultaneamente ao Concurso aconteceu o XI Encontro de Cafeicultores, que tem por objetivo atualizar os produtores em relação às novas tecnologias, incentivando a produção com qualidade e como consequência o aumento da rentabilidade de forma sustentável. Os temas abordados foram o manejo da lavoura de café, fisiologia do cafeeiro e silo secador para café.

Os eventos são uma realização da Casa da Agricultura de Piraju e da Associação dos Produtores de Café Descascado de Piraju e Região (PROCED).

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Pequenos pecuaristas inovam na busca de eficiência e sustentabilidade

A CATI – Regional de Jales é composta por vinte e dois municípios. Segundo o LUPA, Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária, a região possui aproximadamente 9,5 mil propriedades, das quais 913 se dedicam à produção leiteira. Das pequenas propriedades, 35 integram o Projeto CATI Leite – desenvolvendo São Paulo, executado pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral e que tem por objetivo viabilizar a atividade leiteira nas pequenas propriedades familiares.

O Sítio Santos Reis, localizado na microbacia do Córrego do Lageado, no município de Pontalinda é um exemplo de mudança de atitude em relação à atividade leiteira, visando o aumento da produção e da renda com baixo custo. O proprietário Aparecido Pontel, sua esposa Carmem e seu filho Alexandre vieram para o sítio em 1984. Na época trabalhavam bastante mas não viam muito resultado. Hoje, após ingressarem no Projeto CATI Leite, a família Pontel produz 122 litros de leite por dia na época de estiagem, com nove vacas em lactação.

Seu Pontel conta que doze animais já nasceram em sua propriedade depois de implantar o Projeto e que duas novilhas já foram inseminadas. Ele tem 127 piquetes e, ainda esse ano, vai fazer mais 28. A área utilizada é de seis hectares, sendo cinco de pasto e um de cana. O rebanho é de 28 animais e, para alimentar seus animais, ele usa braquiária, tifton e mombaça. Hoje está ampliando a atividade com a utilização de sêmen sexado nas duas novilhas que foram inseminadas pela primeira vez e implantou um teste com napier para alimentação em cocho no inverno e que tem capacidade de produzir de 40 a 50 toneladas de matéria seca por hectare, mas ainda falta fazer a análise bromatológica para saber quantidade de proteína e energia.

Segundo Alessandro Nunes Ferreira, chefe da Casa da Agricultura de Pontalinda, “o mais importante é a mudança na qualidade de vida das comunidades rurais”. Ele explica que o Programa Estadual de Microbacias ajudou muito nisso e no caso do Córrego do Lageado foram investidos 102 mil reais em ações e subsídios para dar sustentabilidade ao agronegócio dos pequenos produtores. Ele acredita que uma das ações que fizeram melhorar a vida desses agricultores foi a instalação das seis fossas sépticas biodigestoras.

Dona Carmem é que está contente com a instalação da fossa em seu sítio em 2007. Ela conta que antes a fossa desbarrancava sempre e que era um perigo porque a criançada podia cair no buraco. Além disso, a fossa tinha que ser construída a 30 metros do poço e que, ainda assim contaminava o lençol freático. “Teve uma vez que deu uma onda de pernilongo e descobrimos que vinha da fossa. Com a nova instalação acabou a dor de cabeça, o perigo e o cheiro ruim”, finaliza.

Outro exemplo de destaque é a utilização do chorume para adubação de pasto no município de Santa Albertina. O produtor Otaide Procópio Martins, da Chácara Bela Vista, fez um encanamento que leva todo o esterco obtido com a lavagem da sala de ordenha para um local onde ele fez um buraco e revestiu com lona. Essa mistura fica depositada e é utilizada a cada 25 dias para irrigar seus piquetes. Otaide explica que o capim está com ótimo aspecto, mesmo na entressafra, além disso está aproveitando o esterco, economizando adubo e cuidando da parte ambiental, já que o chorume obtido com a lavagem do curral não atinge o lençol freático”.

A Chácara Bela Vista está incluída no projeto CATI Leite desde 2001 e produz hoje 180 litros por dia, com 16 vacas em lactação, o que dá uma média de 18 litros por animal. Na época das águas ele chega a produzir 300 litros por dia. Em seus sete hectares ele tem 28 piquetes de mombaça, mas há 40 dias implantou mais 20 piquetes com tifton, que segundo ele dá mais trabalho para manejar, mas é o melhor capim para alimentação de gado leiteiro. Fora as vacas em lactação, Otaide tem quase 30 animais, entre novilhas e bezerras, sendo que doze foram inseminadas a mais ou menos quarenta dias.

Dia de Campo

No último dia 27/08, aconteceu no município de Santa Rita D´Oeste, um Dia de Campo sobre Pecuária Leiteira onde, além de técnicos, estavam presentes a maioria dos produtores que fazem parte do Projeto CATI Leite, na região de Jales.

Durante o evento foi reforçado pelos técnicos envolvidos no projeto que na pecuária leiteira o mais importante é o fornecimento de alimentação em quantidade e com qualidade. Quanto mais o animal produz, mas ele precisa de proteína e energia. Para saber as necessidades de cada vaca em lactação é preciso saber o peso e a produtividade de cada uma.

Na oportunidade os participantes foram conhecer o Sítio Nossa Senhora Aparecida que tem uma área total de 9,7 hectares. O produtor Valdomiro Zolin, com a ajuda do seu neto Fernando, utiliza 4,5 hectares para os 76 piquetes e 1,2 hectare para cana-de-açúcar. A produção hoje é de 350 litros por dia, com 17 vacas em lactação. Quando começou o projeto, em 2001, sua média era 100 litros diários, mas vendeu todos os animais e substituiu por outros. Hoje são 25 animais. Para o neto Fernando o importante é investir devagar e o que fizer, fazer bem feito.

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