terça-feira, 20 de outubro de 2009

Produtores de acerola recebem selo de fruta sustentável

O município de Junqueirópolis é conhecido como a Capital da Acerola. A região tem uma área de plantio da fruta de aproximadamente 300 hectares, com uma capacidade de produção de sete mil toneladas. Só o município de Junqueirópolis é responsável por uma área de 175 hectares e uma produção de 4,5 mil toneladas da fruta. Para agregar valor à produção, já que a acerola representa emprego e renda para a população da cidade, diversas adequações foram feitas nas propriedades e na forma de manejo da cultura e isso culminou com o registro de certificação Globalgap e com o selo de Fruta Sustentável, para 67 produtores de acerola de Junqueirópolis.

A obtenção do certificado de Fruta Sustentável é a finalização do Projeto Fruta Paulista, uma realização conjunta do SEBRAE-SP e IBRAF – Instituto Brasileiro de Frutas. O objetivo do selo é assegurar a qualidade diferenciada da fruta para o produtor, já que este tem que optar por cumprir os parâmetros das boas práticas agrícolas. Para o consumidor, oferecer frutas cuja produção respeita as normas de higiene, de meio ambiente e condições de trabalho no campo. Além disso, o sistema garante a rastreabilidade da fruta, já que há um controle rígido da área de produção até a embalagem do produto. Todo o trabalho do Projeto Fruta Sustentável é gerenciado e garantido pela OIA – Organização Internacional Agropecuária, empresa de certificação especializada em fruticultura.

Os certificados foram entregues ao grupo de 67 fruticultores familiares durante a 11ª Aceruva, que aconteceu no período de 08 a 12 de outubro. Segundo Osmar Pinato, prefeito de Junqueirópolis, essa feira é um empreendimento e um investimento para a agricultura do município. “Somos o terceiro maior produtor brasileiro de acerola, que é economicamente representativa para a região há dezesseis anos. A partir de agora, com a qualificação, será ainda mais fácil colocar nosso produto no mercado externo”.

Para Osvaldo Dias, presidente da Associação Agrícola de Junqueirópolis, todo esse trabalho só foi possível porque contou com o comprometimento de todos os envolvidos. “Tivemos que quebrar paradigmas, pois o normal do ser humano é jogar a culpa nos outros, mas o certo é termos coragem se assumir as responsabilidades necessárias para fazer um produto diferenciado e fornecer uma fruta saudável. O sucesso de uma associação está na soma e nosso município está se transformando graças a essa união”.

Associação Agrícola de Junqueirópolis:

Um grupo de agricultores se juntou para vender sua produção de maracujá. A experiência de tão certo que partiram para a criação da Associação, que foi inaugurada em junho de 1990. Era composta por 44 mini e pequenos produtores. Tinha como objetivo não só a comercialização, mas também aquisição de insumos, troca de experiências, participação de palestras, visitas, entre outras atividades.

Desde então buscaram parcerias e desenvolveram diversos trabalhos conjuntos. Um deles foi a variedade, registrada com o nome “Olivier”, cujas vantagens são: melhor sabor, menor acidez e atende às exigências do mercado internacional de sucos.


Dados Regionais:

A CATI – Regional de Dracena é responsável por 16 municípios. São 552 mil hectares de área e cerca de oito mil propriedades rurais. A grande potencialidade regional é a fruticultura: tem a acerola de Junqueirópolis, mas também a uva, a manga, o maracujá e o coco. Mas é uma região diversificada, com pecuária de leite e de corte, cana-de-açúcar, café, urucum, seringueira, piscicultura em tanques-rede e eucalipto.

Dentre os programas e projetos desenvolvidos, os de maior destaque são o de Microbacias Hidrográficas, fruticultura, Cati Leite, organização rural e crédito rural. Para Luiz Alberto Pelozzo, diretor da CATI Regional de Dracena, o Programa de Microbacias Hidrográficas foi um marco divisor, pois transformou produtores rurais e reestruturou as propriedades. “Cerca de 50% das propriedades da região foram trabalhadas dentro desse programa. Foram 46 microbacias implantadas, 130 mil hectares trabalhados e R$ 20 milhões investidos”. Ele destaca que além disso, o trabalho de organização rural, também fruto do Programa de Microbacias, foi de fundamental importância na integração de políticas públicas, que beneficiaram diretamente os produtores: merenda escolar, barracão da agricultura familiar no CEASA de Presidente Prudente, participação dos produtores em concorrências públicas e privadas, programa de aquisição de alimentos, doação simultânea, entre outras.

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