terça-feira, 3 de novembro de 2009

Grupo de artesanato de Mongaguá participa de Feira em Campinas

Entre os dias 5 e 8 de novembro, integrantes da Oficina da Fibra do município de Mongaguá participam da ECOSOL - VI Feira de Economia Solidária, que acontece no Largo do Rosário, em Campinas. As mulheres que compõem a oficina trabalham com fibra de bananeira na região litorânea, tem um trabalho comprometido com o ambiente e que trouxe grandes benefícios econômicos e sociais.

A banana é uma cultura presente em todo litoral paulista e oferece várias possibilidades, desde a comercialização fruta in natura até o aproveitamento do pseudocaule. É dessa parte desprezada da planta que as produtoras rurais ou moradoras da área rural começaram a fazer papel e peças de artesanato, como mandalas, agendas, bandejas, flores, caixas, luminárias, jogos americanos, cartões que comercializam em feiras e eventos locais e regionais.

A Oficina de Fibra nasceu no bairro rural da Água Branca, em Mongaguá. Mas para chegar onde estão hoje essas mulheres passaram por diversas etapas: descoberta da missão do grupo, dos objetivos que queriam alcançar, dos valores de cada uma e do grupo, das metas, entre outras. No processo de auto-conhecimento e do nascimento da Oficina, foram auxiliadas por um projeto apresentado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico (CNPq), por extensionista da CATI – Regional de São Paulo e pela Prefeitura Municipal. Segundo Thais Muraro, uma das responsáveis pelo projeto, “esse foi o único projeto nessa linha aprovado no Estado de São Paulo”.

Elas participaram de diversos encontros e cursos. Entre eles, os de relacionamento interpessoal e de elaboração de custo do produto, pela CATI. Além de outros cursos realizados no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Hoje estão cadastradas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e os valores e a missão da Oficina de Fibras estão em cartazes colados nas paredes do local onde se reúnem para trabalhar.

Depois do treinamento, além das peças terem melhor acabamento foram criadas novas, com papel de várias texturas e espessuras, possibilitando diferentes usos e até um “algo a mais”: como o papel-semente ou papel-vivo, que utiliza na mistura da massa, sementes de rúcula e alface, que germinam com o tempo. O papel depois de utilizado ainda pode ser plantado, mandando a quem compra e a quem recebe o presente, um recado ecológico: tudo pode ser transformado em mais vida.

O respeito ao meio ambiente e às relações de solidariedade e reciprocidade entre o grupo estão presentes na rotina dessas mulheres. Essa rotina inclui capacitação e foi nas oficinas da empresária Genilda Moraes, do Vale do Ribeira, que as artesãs de Mongaguá aprenderam a trabalhar as sutilezas na fabricação do papel, de acabamento e o design que diferem um artesanato de outro feito com o mesmo material. “Nosso papel era mais rústico e difícil de trabalhar, aprendemos muito desde que começamos e estamos mais confiantes. Somos procuradas para fazer cardápios, agendas e cartões. Começamos a receber encomenda, somos conhecidas na região e temos orgulho do artesanato que produzimos”, conta Fátima Gonçalves, responsável pela tesouraria e pelo estoque.

Agora, essas mulheres de fibra estão em outro momento difícil: a comercialização. A geração de renda é um resultado fundamentado na valorização dos talentos e criatividade das artesãs, diz o folder utilizado na divulgação do trabalho. São esses valores, que Ana Paula Correia Ribeiro, Andréa Ribeiro de Oliveira, Fátima Gonçalves, Hatsue Cleide Ogawa, Joana Maria Pereira dos Passos, Maria Aparecida da Silva, Marlene ledesma Viana, Divina Aparecida Santos, Rosely Sonoko Hattori V. Coelho, Ruth Lucas da Silva, Regina Teixeira dos Santos e Rosalina Alves Batista, não querem perder de vista neste processo de crescimento.

“Até hoje não obtivemos lucro, nós melhoramos nosso produto, internalizamos valores e pagamos nossos custos. Mas, precisamos crescer e a forma é aumentar a capacidade de atender pedidos e oferecer mercadorias em maior escala. Nossa capacidade ainda é restrita, mas esse passo é, entre todos, o que nos levará à autonomia e ao fortalecimento da marca Oficina de Fibra”, diz, consciente da importância desse passo, Cleide Ogawa, responsável pelos eventos e pela comercialização.

Para fazer contato com a Oficina de Fibra o e-mail é oficinadefibra@hotmail.com e o telefone (13) 7805-9688 ou (13) 9611-7044.

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