segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Produtores e técnicos participam de evento sobre pecuária leiteira

No último dia 27 de novembro, vários produtores e técnicos da Casa da Agricultura de Nova Independência e de outros municípios reuniram-se na propriedade modelo do local, para conhecer mais sobre a cadeia do leite na região e o Projeto CATI Leite. O evento foi uma realização da CATI Regional Andradina, através da Casa de Agricultura, e da Prefeitura Municipal.

O médico veterinário e executor do Projeto no município, Flávio de Oliveira Crepaldi, falou sobre a importância da cadeia do leite para o município e o grande crescimento técnico que Projeto CATI leite traz para o profissional.

Em seguida, o médico veterinário Josué Fermino dos Santos, responsável pelo Projeto na CATI Regional Andradina, realizou uma palestra técnica sobre a Viabilidade da Pecuária Leiteira na Pequena Propriedade.

Josué salientou que o objetivo do encontro é retomar as atividades de extensão rural, divulgando as Políticas Públicas disponíveis que podem melhorar a qualidade de vida do produtor de leite e gerar demandas, principalmente a capacitação. Tudo começa com o planejamento da propriedade para a base da produção de leite que é a alimentação do rebanho, responsável por grande parcela da despesa total. “O princípio do Projeto é o resgate da dignidade e auto-estima do produtor rural. Não adianta montar um sistema de produção de leite a pasto adubado intensivamente e ter um rebanho desestruturado com poucas vacas em lactação, muitas vacas secas, outras categorias desfrutando e comendo nas costas de quem está produzindo. Entender estes conceitos é aplicar tecnologia”.

Depois da palestra, os presentes se dirigiram ao curral de ordenha para ouvir depoimento da Sra. Zanella e o resumo da atividade na propriedade.
Com 4,8 hectares, sendo 4,5 utilizados para pecuária de leite e 0,3 de uva, o proprietário Valmir Zanella, sua esposa Edna e o filho, iniciaram em 2004 no Projeto Balde Cheio Embrapa Pecuária Sudeste.

Inicialmente foi feito o levantamento planialtimétrico (croqui detalhado da propriedade) definindo através do planejamento as áreas que seriam trabalhadas. Análise de solo, curvas de nível e correção através da adubação orgânica e química foram estabelecidas como meta principal.

Foram implantadas área de capineira (cana-de-açúcar) para suplementação nas secas, área de pastagens rotacionada em 7500m2 de capim Tanzânia divididos em 30 piquetes de 267m2 e 7000m2 capim Tifton 85, divididos em 18 piquetes de 389 m2.

Várias mudanças no manejo do rebanho foram definidas, dentre estas o controle leiteiro para verificação das necessidades diárias de alimentação, anotações de despesas e receitas da atividade leiteira, pastejo noturno para evitar o estresse pelo calor, conforto animal, entre outras.

O casal passou por várias capacitações e atualmente possui tanque resfriador de leite, ordenha mecânica, trator com carreta, rebanho com potencial leiteiro (Holandês Preto e Branco e Gersolando), inseminação artificial com touros provados e 83% das vacas em lactação.

“Muita coisa mudou desde 2004, quando se produziam 60 litros de leite por dia na propriedade com algumas vaquinhas cruzadas”, diz Edna.

Após 5 anos, o casal entendeu os fatores que regem produção leiteira intensiva, mas sabe que a todo momento há mais o que aprender. O próximo passo será implantar o pastejo rotacionado com irrigação para otimizar o sistema, depender menos do uso de cana-de-açúcar, trato no cocho e evitar os riscos de veranicos e mão de obra.

O evento terminou com a visita no sistema de pastejo rotacionado onde os produtores puderam tirar as dúvidas sobre manejo, adubação, altura de entrada e de saída nos piquetes, taxa de lotação e outras particularidades do sistema a pasto.

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