quinta-feira, 11 de março de 2010

Produtores de amendoim buscam sementes de qualidade

Buscar soluções para os problemas enfrentados pelos produtores de amendoim na região de Tupã foi o objetivo de uma reunião, que aconteceu recentemente, e que reuniu técnicos da CATI - Coordenadoria de Assistência Técnica Integral e representantes dessa cadeia produtiva. As principais dificuldades apresentadas foram a falta de sementes, o alto custo no controle de pragas e doenças, a falta de produtos registrados para a cultura, linhas de crédito específicas, falta de locais para armazenamento e de equipamentos adequados para beneficiamento.

Segundo Paulo Makimoto, diretor da CATI – Regional de Tupã, dos 14 municípios que compõem a regional, oito cultivam amendoim rasteiro, sendo os mais representativos: Arco Íris, Herculândia, Iacri e Tupã. Ele explica que a média de produtividade é diferenciada em cada uma das cidades, mas no total são aproximadamente quatro mil hectares plantados, que produzem 385 mil sacas de 25 quilos. Mas na área abrangida pela cooperativa são 12 mil hectares plantados com a cultura.

Para o secretário municipal de agricultura, Edson Schiavon, que também é integrante dos conselhos municipal e regional de desenvolvimento rural de Tupã, o amendoim é uma cultura economicamente importante para a região. “Só na cidade de Tupã essa cultura gera cerca de R$ 4 milhões. Mas o preço pago não cobre o custo de produção. Na última safra, por exemplo, o preço pago pela saca foi de R$ 12,00 e o custo fica em torno de R$ 18,00. Amenizou um pouco esse problema já que a saca chegou a R$ 20,00, mas muito ainda tem que ser feito. A CATI tem ajudado bastante e a cooperativa também. Precisamos ampliar esse apoio e fazer com que a cultura cresça e dê lucro”.

O diretor do departamento de sementes e mudas da CATI, Armando Azevedo Portas, destacou que quem produz alimento precisa de rastreabilidade e para isso, o primeiro insumo é a semente de qualidade. Ele explica que a CATI já tem dois programas em andamento e que tem dado bons resultados: trigo e arroz com qualidade. “Se criarmos um programa, nos mesmos moldes para o amendoim, poderemos possibilitar melhores ganhos aos produtores”.

José Luiz Fontes, coordenador da CATI, esteve na reunião, para conhecer os problemas enfrentados pelos produtores e buscar soluções conjuntas. “Vim ouvir e ver como a CATI pode ajudar o todo da cadeia produtiva do amendoim, visando sempre a melhoria do rendimento para os produtores. Precisamos de um alimento seguro e para tanto, todo sistema de produção precisa de semente ou muda de qualidade.”

Por parte da CATI, já está em fase de elaboração um projeto para viabilizar a cultura. Para tanto, precisa obter o compromisso dos agricultores, pois vai adquirir o material básico para a produção das sementes, através do sistema de cooperação. Só na região, são de 100 a 150 produtores com tecnologia de ponta na atividade. A prioridade será a produção das sementes com qualidade. Para tanto, já foram solicitados 50 sacos de material básico. Após apresentação do projeto ao Secretário de Agricultura e Abastecimento, aprovação por todos os envolvidos e implantação, as sementes estarão disponíveis a partir de outubro deste ano.

O Núcleo de Produção de Sementes da CATI, localizado em Lucélia será totalmente adaptado para otimizar o local. Esse núcleo foi criado, como muitos outros, para disponibilizar as sementes de algodão, mas já trabalhou também com amendoim e feijão. Sua função será beneficiar, classificar e armazenar as sementes de amendoim, produzidas através do sistema de cooperação.

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