terça-feira, 9 de março de 2010

Rio Paranapanema terá parques aquícolas

A criação dos parques aquícolas da bacia do rio Paranapanema começa a se tornar realidade. Recentemente o ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin, esteve na Câmara de Vereadores de Londrina, onde assinou convênio com a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio – FUNDEPAG, visando à demarcação das áreas aqüícolas em toda a extensão da bacia, tanto no Estado de São Paulo como no Paraná, incluindo a represa de Jurumirim, na região de Avaré.

Participaram da reunião os pesquisadores Daercy Maria Monteiro de Rezende Ayroza e Luiz Marques da Silva Ayroza, ambos vinculados à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios - APTA Médio Paranapanema e Instituto de Pesca (IP) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo – SAA. Segundo Ayroza, a APTA Médio Paranapanema, com sede em Assis/SP, fará parceria com Grupo Integrado de Aquicultura (GIA) para colaborar com os estudos na demarcação dos parques aquícolas nos reservatórios da Bacia do Rio Paranapanema. Na próxima semana uma reunião com o coordenador do GIA, doutor Antonio Ostrensky Neto, dará início à elaboração do Plano de Trabalho.

Durante o encontro foram assinados dois convênios entre o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e a FUNDEPAG, tendo o Instituto de Pesca como executor, totalizando R$ 4.335.030,75. Esses convênios destinam-se à execução de dois projetos de pesquisa, sob a coordenação do Instituto de Pesca. Um deles, “Censo estrutural da pesca extrativista continental dos Estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul: bacias do Leste e sub-bacias do Iguaçu e Paranapanema”, tem como coordenadora a pesquisadora Paula Maria Gênova de Castro, e como parceiros a Universidade Estadual de Maringá (UEM), a Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (UNESP), a Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), AES Tietê e a Companhia Energética de São Paulo (CESP).

O outro projeto trata do “Monitoramento e controle sanitário dos moluscos bivalves de São Paulo”, tem como coordenador o pesquisador Edison Barbieri e como parceiros a Universidade de São Paulo (USP) e os Institutos Biológico (IB) e Agronômico (IAC), ambos vinculados à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo – SAA.

Segundo o diretor da CATI Regional Avaré, Antonio Rangel, os municípios de Avaré, Arandu, Barão de Antonina, Cerqueira César, Itaí, Itaporanga, Paranapanema e Taquarituba possuem forte potencial para a aquicultura, em especial a piscicultura em tanque-rede. De acordo com Rangel a CATI está atenta a esse agronegócio, tanto que, por iniciativa dos agricultores e dos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural – CMDRs, o incentivo à piscicultura consta nos Planos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (PMDRS).

De acordo com o secretário municipal de Agricultura, Pedro Lucchesi, a piscicultura é uma boa opção de renda e geração de trabalho para Avaré. Segundo ele, recentemente um empresário o procurou interessado em instalar uma unidade de processamento de peixes em Avaré. “Além disso, temos sempre apoiado a piscicultura através de cursos do SENAR em parceria com o Sindicato Rural de Avaré e a Prefeitura”, disse.

Para o gestor de agronegócio da Casa da Agricultura de Avaré e presidente da COOMAPEIXE, Fernando Franco, a demarcação dos parques aquícolas na bacia do rio Paranapanema no Estado de São Paulo é fundamental para organizar e estabelecer a cadeia produtiva do pescado e desenvolver o setor na região. “Temos um potencial de produção enorme na represa de Jurumirim e Xavantes que tem de ser explorado, com sustentabilidade ambiental, planejamento e gestão adequada de projetos, gerando renda para pequenos produtores rurais e aquicultores familiares”, afirma Franco.

O gestor de agronegócio esclarece que em recente conversa com o prefeito Rogelio Barchetti, a COOMAPEIXE obteve o compromisso do prefeito de desenvolver em parceria um projeto piloto de instalação de Unidade Demonstrativa de Produção de Peixes em Tanque-Rede a ser instalada em Avaré pelo MPA no valor de R$ 200 mil, com contrapartida de R$ 10 mil da Prefeitura. “Estamos estudando a possíveis áreas onde o projeto piloto será implantado”, explica.

A bacia hidrográfica do Rio Paranapanema compreende territórios dos Estados de São Paulo e Paraná, sendo uma sub-bacia da bacia hidrográfica do Rio Paraná, totalizando a área física de 145.511 km². Da área da bacia hidrográfica, 70.481 km² corresponde ao Estado de São Paulo e abrange um total de 267 municípios (220 com sede na bacia), dos quais 121 (47%) no estado de São Paulo. A população total da bacia é de 4.282.202 habitantes, dos quais 38% no Estado de São Paulo.

Um comentário:

Fernando Franco Amorim disse...

A porção paulista da bacia do rio Paranapanema é muito importante para o aumento da produção de pescado no Estado de São Paulo. A SAA, através da CATI, da APTA e do Instituto de Pesca deveria investir mais neste setor do agronegócio para gerar renda e melhorar a qualidade de vida de pequenos produtores rurais, aquicultores familiares e pescadores artesanais.