segunda-feira, 10 de maio de 2010

Andradina: área de pastagens diminui e cresce a de cana-de-açúcar

Nos últimos anos a cultura da cana-de-açúcar vem ocupando novos espaços no cenário da agropecuária regional, em substituição às áreas de pastagens degradadas, influenciadas pela rentabilidade do setor sucroalcooleiro e a instabilidade do setor agropecuário, principalmente a exploração de pecuária de corte que vem sendo desestimulada pelas constantes oscilações de preço de mercado da carne bovina.

Em 1996, segundo o Projeto LUPA (Levantamento Censitário das Unidades e Produção), da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, a área de pastagens dos 13 municípios jurisdicionados à CATI Regional de Andradina era de 547.387 hectares, passando para 320.007 hectares em 2010, o que corresponde a uma redução de 41% nesse período de 14 anos, reduzindo proporcionalmente o rebanho bovino de 742.677 para 658.866 cabeças.

De outro lado verifica-se uma tendência de acréscimo do suporte das pastagens, aumentando de 1,35 para 2,05 cabeças por hectare, em função da implantação de vários projetos de confinamento de bovinos de corte na região.

Grande parte da área de pastagens foi substituída pela cultura de cana-de-açúcar que hoje vem ocupando área plantada de 247.183 hectares, para produção de matéria prima de várias usinas de açúcar e álcool da região de Andradina.

A cultura do abacaxi se destaca na região com área de 4.946 hectares, sendo 2.700 hectares somente no município de Guaraçaí, com 55% da área regional.

Mirandópolis e Guaraçaí são os municípios que possuem maior número de pés de seringueira da região com respectivamente 197.700 e 151.000 pés em relação ao total de 562.060 pés plantados na região, o que também acontece com a cultura da manga com 58.650 pés em Mirandópolis e 40.000 em Guaraçaí que correspondem juntos á 67,3% do total da região.

O milho que já ultrapassou os 51.000 hectares na região no inicio da década 80, com grandes áreas cultivadas por agricultores tradicionais, hoje não ultrapassa os 19.000 hectares, considerando também o milho para silagem que é utilizada para alimentação do rebanho leiteiro. Essa redução drástica da área plantada é resultante de vários fatores como: falta de adaptação ao microclima regional, baixa rentabilidade, mesmo com utilização de alta tecnologia. As culturas do algodão e arroz, praticamente desapareceram na região, pelos baixos preços dos produtos e também pelas leis ambientais mais rigorosas, mas necessárias. Na época essas culturas tinham uma grande expressão econômica e social na região, com produção de quase 1.000.000 de arrobas de algodão e 200.000 sacas de 50 kg de arroz.

“Atualmente existem tendências para o crescimento da área de cana-de-açúcar e a estabilização das áreas de fruticultura que predominam nos municípios de Guaraçaí e Mirandópolis. A produção de leite apresenta poucas evoluções em ganhos de produtividade, pois essa exploração é praticada por pequenos produtores descapitalizados, que na sua maioria ocupam pequenos lotes nos projetos de assentamentos de reforma agrária existentes na região”, finaliza o engenheiro agrônomo Salvador Ziviani, responsável pelo banco de dados da CATI Regional de Andradina.

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