quinta-feira, 13 de maio de 2010

Produtores do município de Araraquara aderem ao PAA

Surgem os primeiro resultados após as reuniões realizadas pela Casa da Agricultura de Araraquara e a Prefeitura Municipal em parceria com o Sindicato Rural para a divulgação das políticas públicas sobre o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e Alimentação Escolar (FNDE) do Governo Federal.

Segundo o zootecnista Michel Calixto, da CATI Regional de Araraquara, "houve grande adesão por parte dos produtores que estavam presentes nas reuniões e os ganhos estão sendo tanto para o produtor quanto para o município, através do repasse dos produtos adquiridos pela prefeitura a 26 entidades assistenciais".

A geração de renda é o principal fator apontado pelo produtor, que pôde comprovar uma margem de lucro maior em relação aos preços praticados pelos “atravessadores”. A produtora Bernadete, do Bairro Bocaiúva, avalia positivamente o programa e diz que “mesmo sendo uma cota por produtor, o valor pago compensa em relação ao que recebe normalmente”. Ela salienta a importância da divulgação destes programas, que até então desconhecia e elogia a Casa da Agricultura e a Prefeitura Municipal, pelo apoio dado aos produtores na orientação da documentação, inclusão dos produtos plantados na região e os preços diferenciados em função da qualidade, enfim, “o passo a passo para a adesão ao PAA”.

De acordo com a engenheira agrônoma Érica Tomé da Silva, da Casa da Agricultura de Araraquara, vários produtores que participaram das reuniões (média de 25 pessoas por reunião) aderiram ao PAA e aguardam a chamada pública para o Programa da Alimentação Escolar (FNDE). As reuniões ocorreram em janeiro e fevereiro, havendo uma evolução no volume de compras que era de R$ 1.051,61 em janeiro, passando a R$ 25.577,74 em fevereiro e de R$ 90.581,47 em março, conforme dados fornecidos pela prefeitura que estão disponíveis no site: www.araraquara.sp.gov.br.


Cadeias Produtivas

A Casa da Agricultura juntamente com o CMDR (Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural) identificou e priorizou algumas cadeias produtivas, através da elaboração do PMDR (Plano Municipal de Desenvolvimento Rural), que são representativas no município e dentre as que estão sendo trabalhadas dentro do PAA e Alimentação Escolar estão a olericultura e a fruticultura. Na olericultura, o município tem produtores de mandioca, repolho, milho verde, abobrinha, berinjela, jiló, pimenta doce, e folhosas. Na fruticultura tem destaque a laranja, a tangerina e a banana. “Parte destes produtos, vendidos para o PAA, é classificada e tem um preço diferenciado pela qualidade o que estimula o produtor a produzir com responsabilidade e a buscar o aperfeiçoamento na atividade”, comenta a agrônoma. No caso das frutas cítricas, para o pequeno e médio produtor, estes programas são importantes porque garantem a compra da produção, dentro dos valores da cota por produtor, com preços de fruta de mesa.

Alguns apicultores do município e região que são atendidos pela Casa da Agricultura também participaram das reuniões e aderiram ao PAA, distinguindo-se dois grupos, a Cooperapis, que possui 7 cooperados no município de Araraquara, embora tenha sua sede no município de São Simão e a Associação de Apicultores do município de Boa Esperança do Sul, que são atendidos em Araraquara. Segundo o Diretor da COASA (Coordenadoria de Agroindústria e Segurança Alimentar), Célio Dória, a inclusão do mel no PAA é uma novidade que deve se estender para a alimentação escolar, e foi possível devido ao número de apicultores existentes no município e na região e, principalmente ao grande interesse e participação nas reuniões que ocorreram.

Outro fator que contribuiu para a inclusão do mel foi a negociação com os apicultores para a venda do mel na forma de sachê e dentro das normas da vigilância sanitária. Para isto, os apicultores vêm se organizando e terceirizando a produção do mel em sachê, uma vez que não possuem os equipamentos e o lugar adequado para esta finalidade. Entretanto, esta mobilização já reflete num melhor ganho em relação à venda do mel em baldes, como habitualmente realizam. Este trabalho, conforme informações da agrônoma da Casa da Agricultura, poderá ser contemplado dentro do Microbacias II, onde estão previstas a agregação de valor e a geração de renda.

O apicultor José Monteiro, da Cooperapis comenta que “o lucro das vendas em sachê é maior em relação às vendas feitas em baldes. Com uma cota de R$ 4.500,00 o apicultor vende uma quantidade menor, mas com valor agregado maior”, no futuro a cooperativa espera não ter mais que terceirizar este serviço, através de seu próprio entreposto, podendo dar melhores condições de ganho para cada cooperado. Para muitos produtores a possibilidade de venda para a alimentação escolar será importante, pois haverá um incremento de R$ 9.000,00, que somará R$ 13.500,00 por produtor, significando uma opção a mais para a comercialização dos produtos da agricultura familiar.

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